quarta-feira, 9 de março de 2011

Mandela e Amazonas: a certeza na frente

O jovem "Paulo" ao lado do camarada João
No dia 8 de março de 1982 participei de minha primeira reunião do PCdoB, ainda meio clandestina, onde eu e mais três pessoas, inclusive uma nova companheira que também ingressava no partido naquele dia, nos tratávamos por "nomes frios". Eu me chamava Paulo, numa homenagem à Pavel, filho da personagem de "A Mãe", de Máximo Gorki. Pouco meses depois conheci pessoalmente João Amazonas, ideólogo e principal dirigente da história do PCdoB que, depois de uma palestra na Faculdade de Direito, foi à uma comemoração conjunta do aniversário de vários militantes, inclusive eu. A certa altura um grupo de jovens comunistas sentou-se junto ao Camarada João, que saudou a garotada desejando-lhes muito sucesso na luta. João, então com 70 anos, disse também que talvez não presenciasse a construção do socialismo no Brasil, mas estava seguro de que cumpria bem o seu papel e  apostava muito na juventude.

Noite passada madruguei lendo o livro "Conversas que tive comigo", de Nelson Mandela e, à certa altura, li um trecho que me recordou aquela conversa de quase trinta anos atrás. Trata-se de uma pasagem da carta que Mandela escreveu a uma amiga, em 1º de abril de 1985. Veja que maravilha:

"Os ideiais que cultivamos, nossos maiores sonhos e esperanças mais ardentes podem não se realizar durante a nossa vida. Mas isto não é o principal. Saber que em seu tempo você cumpriu o seu dever e viveu de acordo com as expectativas de seus companheiros é em si uma experiência compensadora e uma realização magnífica".

Um comentário:

RANGEL JUNIOR disse...

É assim mesmo, cangaceiro camarada! A vida e suas armadilhas. Boas armadilhas que nos desafiam a cada dia na construção de um mundo humanizado. Se é pra nós desfrutarmos? Ah! isso não tem a menor importância. O egoísmo não é nosso forte... Meu abraço!