quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chuvas em SP e no RJ: quando a vida não é prioridade

Essa cena tem mais de um ano e se repetiu novamenmte este ano
Cheguei à São Paulo na madrugada da última segunda feira. Parti de avião e cheguei de ônibus. Junto com a Fernanda, minha querida, saimos de Fortaleza no final da tarde, já atrasados, num vôo da TAM, que deveria pousar no aeroporto de Guarulhos por volta das 21h.  Porém desembarcarmos no Aeroporto Viracopus, de Campinas e viajarmos de ônibus por algumas horas, via Bandeirantes/Anhanguera, e por volta das 4 da manhã, desembarcamos num posto de gasolina, perto da Terminal da Barra Funda, em São Paulo, finalmente. O coitado do motorista não sabia como chegar a Guarulhos por conta dos alagamentos e o convencemos a nos deixar próximos de casa, na Vila Madalena. Por incrível que pareça, era a primeira vez que Fernanda e eu viajávamos juntos no mesmo vôo, e ao sairmos de Fortaleza eu falei que seria uma viagem inesquecível, só não imaginava que seria tão marcante.

O que poderia ser apenas um problema causado por Deus e seu fiel Pedro, na verdade tem causas bem mundanas, como mostra o meu amigo Miro Borges, com quem molharei a palavra em breve.


Alkimin, Kassab e as mentiras deslavadas


A desculpa deslavada de que a chuva é a principal culpada pela tragédia humana vivida pela população paulista não está colando mais. Juntinhos, o tucano Geraldo Alckmin e o demo Gilberto Kassab reconheceram ontem (11), em entrevista coletiva, que há falhas na execução das obras de combate às enchentes no estado e na capital. Até a mídia demotucana, que também insistia na linha de criticar Deus pelas inundações, começa a mudar timidamente sua cobertura – para não afundar de vez sua credibilidade.


É certo que não é fácil assumir a culpa pelo criminoso descaso. Alckmin caiu no ridículo ao dizer que “não é possível fazer obras em 24 horas”. O tucano deve ter se esquecido que está iniciando o terceiro mandato como governador e que seu partido, o PSDB, comanda o estado há mais de 16 anos. Já o demo Kassab, cria do tucano José Serra, ainda repetiu a ladainha dos anos anteriores. “Estamos no 11º dia de janeiro, já choveu 93% em relação à média do mês, o que mostra que a intensidade é muito grande”.


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 O Rio de Janeiro continua lindo, 
mas as tragédias também continuam 

A tragédia no RJ se repete, assim como essa imagem do ano passado

A semana ainda tá pela metade e mais uma tragédia aconteceu por conta da incapacidade dos governantes de lidarem com os fenômenos naturais. Hoje dormi um pouco e apenas no início da tarde tomei conhecimento da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro. Não acreditava naquelo que via, parecia uma reprise do que houve no mesmo Rio de Janeiro no ano passado. Fico aqui pensando como pode tanto descaso com a vida das pessoas, como se deixa acontecer uma tragédia evitável? Como evitar?

Alguém aí sabe que no Japão acontecem tremores de terra quase todo dia? Alguém sabe que por lá há medidas preventivas que evitam danos maiores? Há terremotos de grande proporções sempre? Não, mas os que acontecem até causam grandes prejuízos materiais, só que o número de vítimas é bem reduzido porque as construções são feitas de modo a reduzir o impacto e proteger as pessooas, que por sua vez são treinadas para enfrentarem as situaçõe graves.



Infelizmente por aqui as providências não são tomadas para salvar vidas e as tragédias continuam se repetindo. Sobre isso também busquei, mais uma vez, a afiada argumentação do camarada Miro, que mostra a relação entre a tragédia do Rio, a má conduta da maioria de muitos governantes e até os altos juros que são cobrados no Brasil. Vale a pena ler o Miro de novo.



Os adoradores do mercado e os mortos do Rio de Janeiro

As cenas na televisão são chocantes, entristecedoras, revoltantes. Corpos sendo carregados em cobertores, em pedaços de pau. Pessoas chorando os seus familiares mortos. Casas destruídas, ruas tomadas pelas águas barrentas, alojamentos precários lotados por famílias de desabrigados. A população do Rio de Janeiro, em especial da sua região serrana, está em luto.
(...)

Os ricaços sabem que o aumento dos juros e o corte dos investimentos públicos inibem o crescimento da economia. Como efeito, estas medidas ortodoxas castram os programas sociais, reduzem o consumo, afetam a produção, geram desemprego e arrocham os salários. Para eles, pouco importa. Eles querem mais grana, mais renda, tragada da criminosa especulação financeira.


A tragédia no Rio de Janeiro e a reunião do Copom se relacionam. Dependendo da opção do Banco Central, na primeira reunião no governo Dilma Rousseff, o efeito inevitável será a redução de investimentos no combate às enchentes e desmoronamentos, o aumento das residências precárias em áreas de risco e novas cenas de mortes e desespero entre as populações mais carentes.

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Justiça se faça


Quem lê o que escrevo por aqui, sabe que sou um crítico da limitada administração da Luizianne Lins como prefeita de Fortaleza, mas preciso citar a nossa capital como um exemplo onde se adota medidas preventivas contra as inundações. Há seis anos não há uma só vítima fatal neste arriscado período do ano. E não é porque chove menos ou porque os rios Cocó e Maranguapinho deixaram de sair dos seus leitos, mas sim porque um bom trabalho do conjunto da gestão, tendo à frente a Defesa Civil e a Habitafor cuidam de prevenir e dar um bom acolhimento quando há desabrigados. Este ano já houve uma grande chuva na madrugada do dia 5 de janeiro, houve muito estrago na cidade, mas nenhuma vítima fatal. Nessa a Lôra acertou!

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