quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vento pra viver

Taí uma coisa que eu curto muito é aniversário. Ainda mais quando é o meu. Muito mais pelas presenças, do que pelos presentes. Gosto da confraternização, da constatação de ter vivido mais e ter feito muito mais. Isso é bom.

Ontem fui prum aniversário diferente, mas tão bom quanto o meu. Fiquei agoniado porque na mesma hora eu tinha reunião de pais no colégio do Guilherme, coisa que eu não gosto de faltar. Mas como lá no colégio a conversa foi rápida e o aniversário atrasou, foi tudo beleza. A "festa" era na Câmara de Vereadores de Fortaleza, numa sessão solene convocada pelo vereador João Alfredo (PSOL) - o barbudo alto aí da foto - mas a maioria dos presentes era ex-militante do movimento estudantil dos anos 70 e 80 que foi ali pra comemorar os 30 anos de reorganização da UNE, do DCE/UFC e do CACB, da Faculdade de Direito da UFC. Como faltar a um encontro tão marcante? Se eu não tivesse ido teria ficado mais chateado ao saber que algumas criaturas estiveram lá e eu não fui encontrá-las.

Esse meu encanto todo é porque o Movimento Estudantil foi pra mim, e é pro movimento social, uma incomparável escola de formação política para jovens. Quem passou pela escola e não teve alguma experiência no movimento estudantil pode até ter saído uma pessoa bem graduada, bem sabedora das coisas, mas num sai tão gente, tão humano quanto quem passou pelo ME. E isso eu vi mais ainda ontem. Ali estavam alguns que se confrontaram duramente na militância, mas que cultivam até hoje uma amizade fraterna, um bem querer emocionante e uma convicção de que ainda há muito por ser feito nesse mundo.

Senti falta de muita gente, acho que ainda nos devemos um grande encontro, uma confraternização bem grande mesmo, como a que fizemos nos 20 anos. Da foto lá em cima, onde também está o baixinho Papito, não estava o sorridente Juninho, da Libelu, que nunca mais vi, nem o meu mano Veveu, que há pouco me mandou um email lamentando não ter ido "abraçar os velhos amigos, na homenagem 'a memória de uma luta tão necessária...Fiquei devendo este
pros amigos e para mim..." (Eu sei, meu mano, o quanto você sentiu. Isso é seu, de você e do que você adquiriu no meio dessa gente que você não pôde abraçar, por isso lhe mandei as fotos. Elas também podem dar um pouco de vento). Mas não estão na foto e estavam lá o primeiro presidente do DCE depois da reorganização, Luis Carlos Paes; o combativo Lula Morais, hoje deputado estadual do PCdoB; a Zú, eterna musa com seu sorriso indescritível; o histórico Paulo Maciel com quem militei entre os secundaristas e os universitários; a Fatinha Carvalho, o Ésio Feitosa, o Alberto "Gato" Fernandes, o Ilário Marques, o Adalberto Alencar, o Zé Alves, a Rejane, companheira do retórico Sandro Og, o Geraldo Marcelo, entre outros e entre a "jovem guarda" (expressão cunhada por Lênin e apossada pela turma do Roberto), que hoje dirige algumas entidades. Senti falta de gente muito querida, como o Gustavo Alberto e o Luiz Antonio, presidente e vice da Chapa Viração (foto aí perto), que integrei e dirigiu o DCE entre 83 e 84 e acho que a Luizianne, que também foi presidente do DCE, poderia ter comemorado o aniversário dela entre essa gente tão boa, que nos dá mais vento ainda pra levar adiante a vida.

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