segunda-feira, 6 de julho de 2009

Honduras, um jeito antigo

O golpe militar em Honduras merece uma reflexão, mas é também um alerta para as forças democráticas e progressitas. A reflexão é sobre o isolamente em que se encontram os golpistas. Nem os Estados Unidos, cujos governos democráticos ou republicanos patrocinaram muitos golpes e até assassinatos de líderes latino americanos, bancam o fantoche da direita que não se conformou com o alinhamento de Manuel Zelaya aos ventos avançados que sopram da Terra do Fogo ao Caribe. Nunca vi em outro momento da história um gesto solidário como o de Cristina Fernández Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai) que acompanharam o presidente deposto em sua tentativa de reassumir o governo. Essa solidariedade é fruto da integração latino americana e tenho certeza de que os três presidentes agem em sintonia com quase todos os demais que buscam mudanças para esse nosso continente indômito. Por essa razão fico feliz pois já se percebe que há um espírito de preservação das conquistas obtidas até aqui e todos se sentem responsáveis por elas. É aquela história de quando eu era menino: "mexeu com meu amigo, mexeu comigo".

Mas por outro lado esse golpe que enfrenta também uma aguerrida resistência do povo, como você pode ver nas fotos ao clicar aqui, deve servir de alerta já que revela uma direita em ação. Já vimos ações e provocações da direita na Bolívia, na Argentina, no Equador, no Paraguai e na Venezuela. Todas foram derrotadas, mas não significa que tenham desistido de seus objetivos, afinal o que está em jogo é até mais do que as disputas localizadas em cada país. A América Latina é outra de uns anos. A própria mudança de comando e de estilo nos Estados Unidos revela que o imperialismo pretende adotar outras formas de dominação, mas jamais abrir mão de sua influência na região.

Os golpistas hondurenhos ainda são de outro tempo e podem se dar muito mal, mas não acredito que outras tentativas, mais sofisticadas, inclusive nas disputas eleitorais poderão ser usadas. Isso vale para o Brasil que vai enfrentar uma eleição muito importante em 2010. Aqui as forças progressistas precisam ter juízo e perspicácia. Muito, ou quase tudo, que tá acontecendo no cenário político já tem como pano de fundo a disputa eleitoral do ano que vem. No momento as forças políticas se posicionam e tenho a convicção que o principal objetivo da direita no Brasil, no momento, é dividir o compo de apoio político do Presidente Lula.

Lá em Honduras, onde golpistas ainda estão no passado, o povo resiste unido. No Brasil, onde a direita age de forma mais sofistica, a unidade é também necessária.

Nenhum comentário: