sexta-feira, 26 de junho de 2009

Fome de dinheiro

Circula por aí um ditado maroto de que crime maior do que assaltar banco, é abrir um banco. Pois vendo as coisas que tem acontecido no mundo, essa crise grande do capitalismo e como certos governos estão resolvendo as coisas, fico mais ciente de que esse ditado é muito do verdadeiro. Depois de ler uma matéria na Agência Carta Maior sobre um relatório do programa Metas do Milênio, da ONU, fico imaginando se os governantes num deviam ter mais vergonha na cara e tratar de cuidar pelos menos um pouco da vida do povo, ao invés de salavar bancos.

Agora, leia você a matéria e veja se num dá uma raiva danada.


Em 2008, bancos tiveram mais ajuda que pobres em 50 anos

O setor financeiro internacional recebeu, apenas em 2008, quase dez vezes mais recursos públicos do que todos os países pobres do planeta nos últimos cinqüenta anos. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (24) pela campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) pelas Metas do Milênio, destinada a combater a fome e a pobreza no mundo. Enquanto os países pobres receberam, em meio século, cerca de US$ 2 trilhões em doações de países ricos, bancos e outras instituições financeiras ganharam, em apenas um ano, US$ 18 trilhões em ajuda pública.

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Um moço faceiro

'Sou sertanejo ditoso,
O meu aboio sodoso
Faz quem tem amô chorá'.

(O Vaqueiro, do Patativa do Assaré)

O cabra ser coruja do filho que tem é direito de todo pai e de toda mãe. O cabra criar os filhos com gosto, com jeito, com carinho, com chamego e com mais de bom tiver nesse mundo, pode saber que vai ter filho feliz e muito distinto. Agora, cada ser vivente tem um jeito seu de viver a vida e esse cabra aí tem um jeito que faz dele criatura muito especial. Olhe só a marmotagem dele, a faceirice de caboco elegante vestido numa roupa de festa e diga se eu num tenho meio mundo de razão pra ser um cabra muito feliz, um pai muito privilegiado. Sou ou num sou?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

o que fica ...

Diga lá ...

Ali embaixo bloguei sobre uma certa evolução da comunicação do PCdoB no Ceará e postei um vídeo que está sendo veiculado neste mês de junho em que o personagem central é o senador Inácio Arruda. Antes eu havia falado que os programas do PCdoB em 1990 eram feitos pela Cariry Vídeo, mas num falei os últimos ficaram sob a responsabilidade da Target Produções e contam com o talento, o zelo e a criatividade daquela turma comandada pelo Clézer Sales. Nessa postagem estão todos os VTs para os quais peço sua assistência e opinião sincera.









No princípio era assim ...

Essa foto é de 1990, quando o PCdoB lançou Gilse Consenza para deputada federal e Inácio Arruda para deputado estadual. Nessa campanha os programas de TV eram feitos pela Cariry Vídeo, do Rosemberg Cariry, que tinha como câmera o Dário Gabriel e o produtor era Luiz Carlos Bizerril, sob a coordenação do Abel Rodrigues. Nesse tempo eu já andava por esse meio e lembro que na primeira gravação viramos a noite inteira num estúdio improvisado na sede da produtora. O lugar era tão miudinho que a câmera, uma Super VHS, ficava no jardim enquanto o "cenário" e a iluminaçã eram montados na sala. A gravação entrou pela noite para que não houvesse barulho. A noite assim foi nossa cúmplice.

Nossa vitória foi grande. Elegemos o Inácio, e a Gilse, que hoje mora na sua Minas Gerais querida, se projetou ainda mais como uma liderança política, mulher e comunista. Um feito histórico mesmo. Além do ganho político ganhamos muito mais experiência nessa área da comunicação.

Pra quem num lembra direito, ou quem num conhece, na foto estão: Gilse, Rosemberg, Dário, Abel, Luiz Carlos e Inácio.

Depois ficou assim

A conta tá alta

A Câmara dos Deputados tem 513 integrantes e desses 293 assinaram um pedido de CPI pra investigar a atuação da Agencia Nacional de Energia Elétrica - ANEEL na autorização dos aumentos de tarifa de energia. Tudo ia bem no sentido de instalar a comissão de investigação parlamentar até que ontem sete partidos - PSDB, DEM, PPS, PTB, PR, PMDB e PT (que papelão hein petistas?) - resolveram " fazer um acordo" e se retirar da CPI porque "não há um fato determinado a ser apurado" , segundo o líder do PT, Cândido Vacarezza. Cumequié? Esse cara deveria pelo menos ser sincero e dizer que o partido dele e os que o acompanham não estão a fim de investigar as traquinagens da agência reguladora junto com as concessionárias e que acabam fazendo subir a conta de energia. O deputado ainda tem a cara de pau de flar candidamente que retirar os deputados da CPI é "um fato político grande e inusitado". Parece que ele, assim como o outro deputado lá, também tá se lixando pra opinião pública.

O deputado Chico Lopes, que num é de esconder o que pensa e pensa no que vive o povo, foi logo dizendo: "Agindo dessa forma, esses partidos dão um enorme passo para trás na luta pela defesa do consumidor, penalizado com os sucessivos aumentos na tarifa de energia. É consensual a necessidade de investigar a cobrança dessa tarifas, por empresas que têm monopólio em cada estado, deixando o consumidor refém". O Chico também pensa que o parlamento deve cuidar de sua imagem e isso deve ser feito através do rabalho em favor do povo. Por isso ele disse também: "Se a CPI não for à frente, isso poderá ajudar a jogar mais lenha na fogueira dos que tentam colocar a opinião pública brasileira contra o Congresso Nacional. Como explicar à população a omissão dos deputados em fiscalizar um setor que mexe com o dia-a-dia dos brasileiros, do trabalhador até os industriais?"

Pois é, esse episódio me parece um pouco educativo. Primeiro pra gente saber quem ainda manda no pedaço. O poder econômico, representado neste caso pelas concessionárias de energia elétrica, pressionaram e impediram a investigação. E a gente pode ficar desconfiar que pelos partidos que acompanharam o PT nesse abafa, o acordão envolve outros assuntos em pauta no Congresso, talvez até na mesma área energética. Penso assim, e como pensar não paga imposto, tá pensando. Vale também um alerta pro movimento social e pra própria sociedade. Mesmo num governo democrático e popular como o do Lula, se num houver pressão social a coisa num avança prá valer.

Recado final: Disse aqui outro dia que o deputado Lula Morais tinha realizado um grande feito ao instalar na Assembléia Legislativa do Ceará a CPI da Coelce, com o mesmo objetivo da comissão natimorta. Pois ele que se cuide porque a comissão cearense pode ser apagada a qualquer hora.

Mania de postar



Esse lance de criar um blog vai deixando a gente meio agoniado quando não consegue fazer uam postagenzinha sequer todo dia. A vida anda meio corrida demais, minha conexão da meio complicada e por isso blogo pouco ultimamente. Mas hoje eu tava circulando pela blogsfera e cheguei no Blog do Adeodato, um desses amigo que a gente faz pra sempre, e vi esse vídeo dos Mutantes. Achei que valeria a pena compartilhar com você essa musiquinha gostosa, dessa turma muito incrível que marcou um tempo no Brasil. Pois curta aí se num é bom demais.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jornalistas


Por conta minha responsabilidade com a comunicação do PCdoB no Ceará convivo muito com jornalistas e com o mundo do jornalismo. Nos últimos tempos, devido a luta pela realização da Conferência Nacional de Comunicação, esse convívio aumentou ainda mais. Sou meio animal político, mas sempre gosto ligar a alguém uma deterrminada luta e ontem, ao saber da decisão do STF - O Gilmar Dantas, mais uma vez... - contra o diploma de jornalista pensei na Cristiane Bonfim, do Sindicato dos Jornalistas do Ceará, e a Ivina Carla, do Diretório Acadêmico do Curso de Comunicação da FAC. Elas e muito mais gente têm se dedicado a defender a categoria de forma valorosa e além de todas a razões profissionais, sociais e políticas, acho uma injusto que elas e os demais sejam tão agredidos por uma decisão dessas.

Fiquei com vontade de blogar algo sobre o assunto, mas hoje dei de cara com artigo O Jornalista Cozinheiro e o Fim do Diploma, da Renatinha Mielli, no seu blog Janela sobre a Palavra e como ela diz tudo que eu queria dizer e muito mais, recomendo que você leia-o.

Diz ela:

Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Sob o argumento da liberdade de expressão, o STF pela segunda vez este ano assume o papel do legislador no campo da comunicação e cria mais um vácuo normativo nesta área. A primeira situação a que me refiro foi o julgamento da inconstitucionalidade da Lei de Imprensa.

Em seu voto, Gilmar Mendes faz a lamentável comparação entre a atividade do jornalista e a do cozinheiro: “Um excelente chef de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”, afirma.

Jornalismo não é conversa familiar, não é troca de ideias em volta de uma mesa farta de quitutes. É informação em massa, é mediação de temas delicados, é poder. Nada tem haver com culinária.

Leia mais clicando bem aqui

Carinho gratuito

Ontem fui buscar o Guilherme no colégio e dei de cara com esse garoto circulando pelo pátio interno. Ao vê-lo abri os braços e ofereci-lhe um carinhoso abraço e beijei sua testa. Eu estava emocionado com aquele gesto encantador do Vítor, que tem uns dez anos e, segundo o Gui, não é primeira vez que faz dessas. Felizmente a "oferta" dele é muito bem aceita e quem adquire o abraço, normalmente dá um beijo como brinde.

Fiquei mesmo muito tocado pela cena e imaginei como o carinho é um sentimento muito bonito. Mais que bonito, é gostoso, faz bem a qualquer um, quem dá e quem recebe. Alguém pode até achar meio piegas essa postagem aqui, mas seria memso muito legal se o gesto do Vítor fosse vitorioso, prevalecesse sobre o ambiente meio agressivo que vejo muitas vezes nas escolas. Caramba, quantas vezes a gente já num viu ou escutou falar de violência grande nas escolas. E num é só nas escolas públicas, como as vezes se tenta passar. Lembro de um caso aqui em Fortaleza em que um aluno do Colégio Ari de Sá - escola tradicional por aqui - matou um colega. Isso mesmo, matou o colega durante uma briga. Sei também que rola muito tráfico de drogas nas escolas privadas também. E isso tudo contribui pra afetar as relações entre os jovens.

Infelizmente o movimento estudantil, neste caso o secundarista, não anda nos seu melhores tempos, muita divisão, entidades débeis e com pouca representatividade. Há muitas bandeiras políticas a serem levantadas, mas acho que é preciso sentir mais o que acontece nas escolas. Viver o que vive o chamado "estudante normal", aliás é até meio estranho que o "estudante militante" seja visto como "anormal" do ponto de vista da atividade escolar e das relações pessoais. Parece que ainda prevalece um certo gueto em que só entram os que "estão na luta". Mas sei que esse é um tema pro movimento estudantil chegar junto, a juventude precisa de cuidados e quem quer mudar o mundo tem que se tocar disso.

Eu nem pretendia estender muito essa conversa aqui. Minha intenção era só registar a beleza do gesto do Vítor, mas acabei puxando pra esse assunto complexo que são os efeitos da violência e da deliquência no meio da juventude. Quero então agradecer ao menino que me provocou a isso e, ficando meio no lugar comum, torcer pra que seu nome inspire a vitória da paz sobre a violência.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Dia de vaqueiro

Eu nasci pra ser vaqueiro
Sou mais feliz brasileiro
Eu num invejo dinheiro
Nem diploma de doutor

Patativa do Assaré



Hoje é o Dia do Vaqueiro, por sinal muito bem pintado aí pelo Raimundo Cela, camocinense nascido em Sobral. Aprendi isso tem pouco mais de ano e fiquei muito feliz de compartilhar a data com esse personagem sertanejo, que aprendi a respeitar desde menino. Foi por isso que me larguei hoje de Fortaleza, acompanhado do meu filhote Guilherme e mais três meninas sobrinhas, Clarinha, Lia e Luciana, no rumo do meu sertão. Vim aqui buscar meus gás natural, renovar minha energia de viver. Aqui estão Dotô Luciano e Domaducarmo (ela me ligou cedinho e, como sempre faz, cantou o "Parabéns" todinho, desejou muita felicidade e me deixou nas mãos da fé dela) que receberam eu e meu menino com festa e alegria. Hoje vou encontrar mais gente de bem querer, comer bolo com guaraná Delrio, me emocionar e sentir mais ainda o gosto bom de viver.

Ainda fico aqui até domingo. Tenho planos de "ir pra Lua"e lá escutar o violão do João Rodrigues, tomar uns goles na noite de lua minguante, sorrir com amigos e entes queridos. Mas também planejei tirar uma noite no sertão e tomar um leite mugido com o Guilherme (meu menino num sabe desse sabor). Tem pouca coisa melhor na vida do que isso que decidi fazer, que faz tempo que num faço e sei que vou ficar um tempo largo sem fazer. Daqui vou voltar mais velho, mais vivido, mais seguro de viver e envelhecer mais feliz ainda.

Quero aqui nessa beiradinha só fazer uma lembrança dum vaqueiro de porte nobre, que tava sempre "vestido no couro", nem que fosse só de perneira e sandália, e montava o "Lazão", cavalo que depois herdei de montaria. Seu Zé Simão trabalhava pro meu avô Clodoveu Arruda, pai do "Dotô". Seu Zé, receba minhas homenagens nesse dia nosso, campeie gado por aí onde estivere solte o aboio nesses campos sem fim.

Sonho menino

Há coisa de três meses anunciei aqui o desejo de ganhar um presente no dia do meu aniversário. Um ingresso pra temporada do Cirque du Soleil em Fortaleza que se inicia exatamente hoje, nessa data querida. Claro que eu falava de brincadeira, mas "pegaram corda" e ganhei mesmo um convite pra pré estréia, que foi ontem.Nem acreditei direito, cheguei a pensar que era uam brincadeira de quem sabia que eu viajaria pra Sobral e resolveu fazer uma festa surpresa. Mas que nada, a surpresa era maior ainda e tive mesmo uma oportunidade de assistir ao um dos mais belos espetáculos artísticos da minha vida.

O Quidam é um espetáculo que se baseia muito nas brincadeiras infantis: pular corda, bambolê, diabolô, balanço, saltos e quetais. Só que tudo feito dum jeito um pouco mais complicado. Eu até já conhecia todos os números, as músicas (acho que conehço quase todos os CDs do Cirque du Soleil), mas nada como ver ali, acontecendo na real, percebendo até algumas falhas - sim elas existem - e compartilhando o encanto com centenas de outras pessoas. Quero só registrar oquanto é belo fazer as coisas com simplicidade, partir das coisas infantis - Guilherme já lembrava as palavras do Castro Alves - Poeta escreve poesia pra ser criança todo dia - e realizar grandes coisas, como os nossos sonhos.

Nem quero fazer uma análise, dizer o que mais gostei, até porque acho que gostei de tudo. Só quero compartilhar com você a minha alegria de me sentir querido. Gosto disso, do bem querer de gente, e faço tudo pra construir e preservar amizades.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Medo em segundo plano

O acidente do vôo AF 447, da Air France, pautou novamente assuntos ligados a aviação. Segurança, manutenção, conforto e medo de voar, por exemplo, são temas de muitas matérias jornalisticas. Hoje o Diário do Nordeste, traz uma matéria em que são destaques o sanfoneiro Dominguinhos, que deixou de andar de avião há 25 anos, e o deputado Chico Lopes, que se pela de medo, mas encara voar e se prepara pra missão.

Trabalho com o Chico Lopes desde 1987, quando ele era vereador - entre 1989 e 1996 trabalhei com Inácio Arruda como vereador, deputado estadual e deputado federal - e sei muita história desse cabra com avião, mas num vou contar. Pois é, mesmo sabendo muitas, hoje aprendi mais com o meu camarada véi. Na matéria do "Diário", questionado sobre o fato de ser deputado federal e ter medo de avião ele demonstra, mais uma vez porque é tão querido pelas pessoas. Diz ele lá:"Tenho um dever de respeito porque, quando pedi o seu voto, não disse que tinha medo de voar ". E emenda com seu tradicional bom humor: "Estou doido para que inaugurem um trem bala que viaje a 600 Km por hora".

Faço minhas e torno públicas as palavras do jornalista Dalwton "seu" Moura, nosso colega de trabalho, num email que mandou pra toda a equipe: "Que o exemplo deste cabra danado, vencendo desafios pessoais em prol de um trabalho coletivo, seja sempre renovada inspiração".


Leia abaixo a íntegra da matéria sobre o "medo de avião" do Chico Lopes.


Deputado Chico Lopes recusa viagens longas


“Foi com medo de avião...” Os versos do cantor e compositor cearense Belchior não saem da cabeça de muitos brasileiros quando o assunto é viagem aérea. Na prática, o medo de avião pode ou não estar associado a algum trauma ligado a experiências anteriores e também pode surgir com o tempo.

O deputado federal pelo PCdo B Chico Lopes, por exemplo, nem sempre teve medo de andar de avião. Ele conta que o temor surgiu após uma viagem realizada em 1967, a Recife, para um curso de Educação Cooperativa. Até então, tinha aquele medo normal, de quem nunca andou de avião. Quando se aproximou da Capital pernambucana, aeronave passou uns 30 minutos dando voltas quando, finalmente, o piloto anunciou que, se o pouso não fosse autorizado, voltaria para Fortaleza. Bastou isso para que um medo irracional tomasse conta de Chico Lopes para sempre.
A fobia é tamanha que, quando era vereador, Chico Lopes chegou a passar para frente viagem à Europa e, até hoje, o trecho voado mais longo foi Fortaleza-Porto Alegre.

Se você está se perguntando como uma pessoa com medo de voar pode ser deputado em Brasília com residência fixa no Ceará, Chico Lopes tem a resposta: “Se tenho uma coisa para executar, o medo fica em segundo plano, trabalho a minha cabeça, penso que uma pessoa não passaria anos se preparando para ser aviador se avião caísse todo dia, que tem muito mais acidente de carro que de avião e me engano fazendo palavras cruzadas, lendo livro, jornal”, conta.

Mas nem sempre foi assim. Chico Lopes conta que houve tempo que chegava a tomar três doses de whisky para tomar coragem. “Teve uma vez que me peguei tomando uma dose de cachaça às 5 horas da manhã. Daí pensei que, se continuasse, ia acabar virando alcoólatra e parei”, afirma.
O deputado federal conta que sempre que acontece um acidente aéreo seu medo aumenta, daí começa a retrabalhar a questão em sua cabeça. “Tenho um dever de respeito porque, quando pedi o seu voto, não disse que tinha medo de voar. Estou doido para que inaugurem um trem bala que viaje a 600 Km por hora”.


sábado, 6 de junho de 2009

O Acquario e a luta do povo



No finalzinho da tarde de ontem participei de uma audiência pública promovida pela vereadora Eliana Gomes que juntou representantes da comunidade do Poço da Draga, do Governo do Estado, da Prefeitura de Fortaleza, do IAB e mais alguns interessados pra discutir o Projeto Acquario, em especial sua relação coma comunidade vizinha. Eu nunca tinha visto como seria o projeto e digo logo que fiquei maravilhado. Serei um dos que visitarão muito aquele lugar, obviamente que terei quase sempre a companhia do meu pequeno pesquisador, o Guilherme.

Mas outra coisa também me impressionou naquela audiência. O debate em si e fiz questão de registrar isso na minha intervenção. Lembrei que ao chegar a Fortaleza em 1980 ainda repercutia na cidade a luta dos moradores da Favela Zé Bastos e da Favela das Placas, banidas de suas áreas e deslocadas para uma região distante sem infraestrutura, para que fossem feitas obras públicas no lugar onde moravam famílias. Ontem o debate foi outro. Fiquei comovido com a sinceridade, a determinação e a bravura da Dona Rocilda, líder comunitária, que bateu na mesa e disse que o povo é cheio de "vizinhos ricos" e apesar de tantas obras em torno da favela "nunca ninguém botou um cano pra tirar os dejetos fecais do meio da rua". É uma merda mesmo isso, né não?

O povo todo que tava ali apóia a obra, mas quer saber dos benefícios que terá. E tem razão. A obra é uam coisa linda mesmo e você pode ver uam simulação nesse vídeo aí, mas num pode esquecer quem tem um povo ali do lado que quer também um pouco de atenção. Falei pra Dona Rocilda: "Aproveite, mulher, porque a hora de ganhar umas coisas pro seu povo é agora. Mobilize a comunidade. Vamos ganhar o oceanário e também uma vida melhor pra vizinhança e pra cidade".

A vida é assim. A cidade é de todos, mas o povo tem sempre que lutar pra ser cidadão.

Aula de jornalismo e democracia do Vermelho

Na quinta feira o Vermelho publicou uma matéria sobre as dificuldades que o projeto de lei sobre a política de cotas enfrenta da bancada conservadora no Senado Federal. Por ter sido citado, o todo poderoso do jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, enviou uma carta ao Vermelho negando a informação divulgada de que ele teria tentado interferir na votação da matéria de modo a derrotá-la.

Não sei se muitos leitores do Vermelho perceberam como a questão foi tratada, mas o portal deu um show e uma verdadeira aula para o moço lá da Globo. Diferente do que a emissora dos Marinho faria, o portal do galo publicou a íntegra da carta global, respondeu-a de modo elegante - apesar da grosseria arrogante do Kamel - e ainda acrescentou a ressalva à matéria publicada, até que a informação que ele nega seja checada. Coisa de gente séria, honesta e comprometida com a informação verdadeira.

Veja aqui as correspondência e mais embaixo a matéria. Diga aí se num foi numa coisa muito legal.


Política de cotas
05/06/2009

Na reportatem 'Política de cotas: projeto enfrenta resistência conservadora na CCJ ', está dito: 'Segundo Sérgio José Custódio, do MSU, o jornalista e sociólogo Ali Kamel, atual diretor-executivo de jornalismo da Rede Globo e colunista do jornal O Globo, liga pessoalmente para os senadores para pedir votos contrários ao projeto de lei e teve participação expressiva em Audiência Pública na CCJ.' A afirmação é totalmente falsa e mentirosa. Nunca liguei para senador algum pedindo voto para o que quer que seja, e nunca o farei. Nunca liguei para senador da CGJ para sequer abordar o tema. Também é totalmente falsa a afirmação de que participei de audiência pública sobre o assunto: isso nunca aconteceu. Deafio o 'Vermelho on line' a provar o contrário. Peço retificação imediata. Minhas posições a respeito do tema, eu as expresso em meus artigos assinados no Globo e nos livros que escrevo. Respeito quem advoga cotas raciais. Não respeito quem mente. Ali Kamel

Rio de Janeiro - RJ

Resposta:
Prezado Ali Kamel A matéria "Política de cotas: projeto enfrenta resistência conservadora na CCJ" foi publicada originalmente pelo jornal "Brasil de Fato", e o Vermelho apenas reproduziu a matéria, na íntegra, sem alterações. O crédito ao "Brasil de Fato" está citado no pé da matéria, como fazemos em todos os textos que reproduzimos de outras fontes. Mas em respeito à sua reclamação -- e até que tenhamos condições de verificar a veracidade da informação publicada pelo "Brasil de Fato"--, decidimos acrescentar sua contestação junto ao trecho da matéria que o cita. Atenciosamente Cláudio Gonzalez Secretário de Redação do portal Vermelho






quinta-feira, 4 de junho de 2009

Adeus Kwai Chang Caine (Gafanhoto)


Poeta criança

Na terça feira a noite o Guilherme propôs mais uma brincadeira em que, alternadamente, cada um de nós dizia uma frase e o outro tinha de dizer o autor. Durante um bom tempo "disputamos" com frases de escritores, cientistas, poetas, compositores e de gente que convive ou conviveu entre nós. A certa altura meu filhote saiu com uma que me surpreendeu - o que não deveria mais acontecer em relação a esse cabrinha -, emocionou e me deu vontade de ser poeta. Neste caso num é bem pela vontade de fazer versos, mas pela razão que você vai já deduzir.

A frase, ou melhor, o verso: "Poeta escreve poesia, para ser criança todo dia".

Autor: Castro Alves

Deduziu?

Detalhe: Aqui ao meu lado está o meu "desafiador" ditando cada palavra dos versos pra que eu não erre, já que, além de não conseguir gravar tudo, eu errava algumas palavras. Ele tá aqui pra eu não errar de novo.

Romantismo

A polêmica por conta da lei que regulmenta o horário de funcionamento do comércio em Fortaleza tá acirrando mais uma vez a luta entre trabalhadores e patrões, que por sinal usam um esquema de mídia violento para confundir a população e jogá-la contra os comerciários. O lei determina que deverá haver um acordo entre as duas partes para que o comércio abra aos domingos e isso tem provocado algumas reuniões.

Para noticiar esse processo negociação para as compras dos casais enamorados, sobrou romantismo na edição on line de hoje o jornal O POVO. Vejo só o "chapéu" e o título da matéria:





Haja amor...

o libertador e o casal liberal

Alguém poderia imaginar Sartre e Bolivar enterrados no mesmo cemitério, no mesmo túmulo, em Paris? Impossíel, impossível mesmo num é, né? Mas é quase! Pois uma baita mancada na tradução do filme "Paris, te amo" - tem mais na postagem abaixo - tornou isso totalmente possivel.

O lance é o seguinte: num dos curtas do filme um jovem casal americano, em férias na cidade, visita o Cemitério Père Lachaise onde estão enterredos muitos famosos. Pois bem, ao chegar diante do túmulo de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, enquanto a mulher fala Simone de Beauvoir advinhe o que tá escrito na legenda: Simon Bolivar! Isso mesmo, eu também não acreditei e voltei um pouco. Não havia dúvidas, casaram o libertador latino americano, que viveu entre os séculos 18 e 19 com o pensador francês do século 20.

Tá certo que Sartre e Simone formavam um casal bem avançado, com um relacionamento até ousado, era digamos assim um casal liberal e enquanto Bolivar era um libertador. A mancada do filme exagerou no tempo, no espaço e noutras dimensões.

Paris



Ontem à noite assisti ao filme "Paris, te amo", onde uma penca de cineastas faz sua homenagem à cidade. Todos os filmes são curta metragens que duram uns 10 minutos cada e em geral o amor, nas suas variadas formas, tá pelo meio. Ele estão em sequência, mas num deixe de assistir o filme todo porque no final tem uma "costura" muito legal.

Tem uns poucos que num são muito legais, mas tem uns que encantam mesmo. Um dos que mais me tocaram foi este aí, que dura pouco mais de cinco minutos. Vale a pena "gastar" um tempinho de nada. É muito bom se emocionar!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mal na fita

Enquanto a maior parte da imprensa cearense faz de tudo pra ficar em sintonia com o Tasso Jereissati (na foto brincando de aviãozinho) e seu projeto de ser ungido senador em 2010 - sim porque ele e o Eunício Oliveira gostariam que nem tivesse eleição e eles dois fossem nomeados senadores, a moda dos biônicos da ditadura militar - por aí a fora a barra dele num é muito limpa não. Na coluna do Wálter Maierovitch , na Carta Capital dessa semana dá pra perceber como a história do uso de dinheiro do Senado pra alugar jatinho - se é que foi assim mesmo a história, já escutei que era um pouco diferente - ainda repercute mal pro galego. Diz lá ele:

"A propósito, o atual ministro berlusconiano da Administração Pública, Renato Brunetta, protagonizou, quando eurodeputado (1999), um (infrutífero) escândalo pelos gastos com viagens e uso de aviões privados, a fazer corar o senador Tasso Jereissati".

Eu vou falar uma coisa, o cabrar virar referência negativa de gastador do dinheiro já é "coisa ruim" e ainda ser comparado a um ministro berlusconiano, é pra ficar corado mesmo, se encabular e sair de cena. Coisa que eu acho que o dito cujo num se dá conta.


Corujice familiar

Em sua correspondência com Aleida March, que acaba de lançar o livro Evocação - minha vida ao lado de Che Guevara -, Che referia-se aos seus filhos Aleidita, Camilo, Celia e Ernesto como "pedacinhos". Eu chamava o Guilherme de "toquinho", o que num agradava em nada minha mãe Domaducarmo. Esse mocinho aí chama-se Ernesto e é o pedacinho da Lulu e do João Wilson, portanto meu sobrinho neto, que ontem me mandaram um email com essa foto e o seguinte texto:

"As meninas que se cuidem!

Hoje estou usando a blusa que a tia Lia trouxe de Paris e o All Star que o tio avô Inácio me deu no meu aniversário de 1 mês.. Chic né? Valeu titio e titia! Ass.: Ernesto"

Bom, dá pra ver que esse negócio de corujisse num é coisa só minha. Pra você ter uma idéia o "aniversario de 1 mes" foi comemorado com um almoço na casa do avô, cujo apelido mudou de Veveu pra Vôveu. Prato especial: um deliciosa buchada feita pela avó paterna, a Dona Amélia, uma cozinheira de verdade.


terça-feira, 2 de junho de 2009

Mora véi de guerra!

Ao ler nos jornais de hoje que a cotação do dólar caiu pra R$ 1,95 lembrei dum comentário do Moracy do Val no blog Quebra Cabeça ou Este lado para Cima, da Fê do Val. Diz lá:


Queda do dólar

"Meu pai é um homem das palavras, rápido no gatilho, sempre tem algum comentário divertido na ponta da língua. Enquanto lia o caderno de economia do jornal de sábado comentou:-Essa semana o dólar vai ser vendido nas lojas de 1,99!!! "


Eita língua afiada!

Mesa boêmia

Daqui uns dias o Joan Edessom, meu amigo de muitas histórias, vai lançar em forma do livro intitulado "Nem um dia sem uma linha", a sua dissertação de mestrado - passei a chamá-lo Mestre Matuto - que analisa a trajetória do Padre Osvaldo, que foi meu professor de português. Na primeira página ele inicia a "lista de agradecimentos imensa" assim: "Inácio Carvalho e Gilvan Paiva, amigos queridos, que falaram primeiro sobre o padre Osvaldo, e muitas indagações ouviram ao longo desse tempo".

Pois bem, ele num conta, mas eu ou contar, que o Gilvan, ele e eu viramos um bocado de noites nessa cidade de Fortaleza "molhando a palavra", como dizia o finado Augusto. Como o Joan morava no interior (Cedro, Acaraú e agora Sobral - tinha que ser lá, né?) esses nossos papos aconteciam nos finais de semana de reunião do Comitê Estadual do PCdoB. Assunto pra tudo que é gosto, algumas vezes tínhamos também a companhia de um violão e obviamente de amigas e amigos. Nessas muitas ocasiões, e noutras também, é verdade, conversávamos sobre o Padre Osvaldo.

Numa dessas, depois de entrarmos sexta feira adentro e quase pegarmos com a mão o sol sol de sábado, fomos escolhidos para compor a mesa que dirigiria a reunião do PCdoB. A foto do início de 1992 num ajuda muito, mas tenho quase certeza que foi feita naquele dia meio fatídico em que nós daríamos qualquer coisa por uma rede e uns bons goles de água de côco. A ressaca era das maiores, mas disciplinadamente conduzimos a reunião.

Música e cinema