quinta-feira, 16 de outubro de 2008

E tem comunista nos Estados Unidos?

Hoje cedo resolvi dar uma lida on line nos jornais e deu de cara com uma matéria no jornal O POVO sobre o sucesso que o Partido Comunista dos Estados Unidos anda fazendo no meio dessa crise do capitalismo. Abaixo vou reproduzir a matéria, mas quero dizer que os comunistas, no Brasil, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar do mundo não ficam felizes com o sofrimento do povo por conta da crise, é lógico. O que a crise comprova é que o capitalismo num tem mesmo solução e nem aponta uma perspectiva de vida melhor pro povo, o que se pode ser oferecida pelo Socialismo. Gostaria também de sugerir a leitura de uma entrevista do Eric Hobsbawm sobre a retomada do marxismo que foi publicada no Vermelho. De certo modo ele explica essa busca ao PC dos Estados Unidos.

Antes de você a matéria, eu gostaria de fazer só uma pequena observação: pra quem tinha sido "enterrado" no entulho do muro de Berlim e agora, vinte anos depois, vive uma coisa dessa no coração do capitalismo, esse tal de Partido Comunista é mesmo uma peste no mundo inteiro, né? Filinto Muller, o carrasco do Estado Novo e tanto outros algozes do povo, da democracia e da liberdade também pensaram que destruiriam essa "praga". Mas é que num adianta querer matar as idéias justas prendendo, torturando, matando ou até negando a existência dos que a propagam.


Crise financeira revitaliza Partido Comunista nos EUA


A sede do Partido Comunista dos Estados Unidos (CPUSA), no bairro de Chelsea, em Nova York, vive uma segunda juventude atualmente, graças à crise financeira, segundo seus membros, que ainda defendem as velhas teses marxistas-leninistas. No número 235W da rua 23, em frente ao Chelsea Hotel, símbolo da boêmia dos anos 1960 e 7190, funciona também uma imobiliária, cujos donos são comunistas.

"Recebemos cada vez mais telefonemas de pessoas que querem se informar e se interessam por nós devido à crise financeira, porque estamos em um momento de mudanças e acredito que o Partido Comunista terá atuação fundamental no período que se inicia", disse Libero Della Piana, 36 anos, filho de pai italiano e mãe afro-descendente, atual presidente regional do PC no Estado de Nova York.

Fundado em 1919, o CPUSA era considerado apenas um grupo que fazia propaganda para a "potência estrangeira" (a União Soviética) durante a Guerra Fria. Seus membros foram com freqüência demitidos de seus empregos durante o período do macarthismo, nos anos 1950. Entre os membros antigos estavam o escritor Howard Fast e o cantor Paul Robeson. O CPUSA, que tem como secretário-geral nos EUA, Sam Webb, conta hoje com entre três mil e 3.500 membros. Mas Libero Della Piana e Erica Smiley, coordenadores da Liga dos Jovens Comunistas, instalada no mesmo edifício, afirmam que o "caos atual" reforçará as fileiras de simpatizantes.

Longe de querer atuar sozinhos, os comunistas norte-americanos querem "construir uma base mais ampla possível, com os movimentos de mulheres, estudantes, sindicatos, para derrotar a direita. "Acreditamos que o momento chegou", declarou Della Piana. "As preocupações dos jovens são a guerra, o desemprego e a cobertura médica, e nossas propostas são boas", indicou por sua vez Erica Smiley.

Nos 500 metros quadrados recentemente reformados da sede, onde as obras completas de Lenin e Marx dividem a estante com livros sobre o racismo e a causa feminista, houve uma reunião na segunda-feira. Mas muitos militantes ficaram ausentes. "Estão em campanha para incentivar as pessoas a votarem", explicou Bill Davis, aposentado de 65 anos filiado ao partido há 37.

Ainda que não tenha declarado oficialmente seu respaldo ao candidato do Partido Democrata à Casa Branca, Barack Obama, o CPUSA o apóia abertamente e a maioria de seus militantes usam bottons de Obama.

Um comentário:

Soninha disse...

Essa "praga" há de sobreviver! E de se sobrepor!