sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O tira-gosto diferente do Waldick

A agonia do Waldick Soriano na madrugada do dia quarta pra quinta-feira trouxe sua morte pras capas do jornais de hoje, mas a repercussão ainda vai durar muito tempo. Tido como um dos “reis do brega”, sua carreira, seus sucessos, sua muitas profissões antes de ser cantor, que ele mesmo disse que descobriu, e suas muitas histórias estão sendo relembradas desde ontem em tudo que é órgão de comunicação.

Acho que ouvi falar dele pela primeira vez quando tinha uns dez anos e ia com o Dadá, motorista do meu pai, pro sítio na Serra da Meruoca, na vila Palestina do Norte. O cabra era paquerador que só ele e arrumou um chamego com uma moça lá no sítio São Pedro, lugarzinho que ficou famoso depois que um sabido disse que viu uma santa e ganhou um agrana até boa (aliás essa história vou contar um dia). Pois muito bem, o Dadá ia lá pra bodega do Aberlado jogar sinuca e ver a Helena. Trilha sonora do lugar: Bartô Galeno, Genival Lacerda, Amado Batista e o caubói Waldick Soriano, que eu achava parecido com o Bat Masterson da TV, por causa da roupa e do chapéu pretos. Tomei muito guaraná Delrio, as custas do Dadá, ouvindo aquelas músicas de amor sofrido!

Mas também tenho uma história ótima sobre o Eurípedes Soriano. Ontem, no escritório do Chico Lopes, a Carol Campos me contou que o caubói, que já morava em Fortaleza, certa vez cantou na porta da casa dela. Num era serenata não, ele tava na companhia dum amigo da mãe dela, a paisana, sem o chapéu e os óculos, e soltou a voz na calçada. O mais curioso era o combinado de bebida que ele tomava: whisky com rapadura. É demais, né?

E pra findar, no final do ano passado a Eliana Gomes, que tava exercendo o mandato de vereadora, fez uma confraternização no escritório político dela no Carlito Pamplona e eu fui lá. Pois num é que o Waldick Soriano tava dando um show num barzinho bem do lado da festa da Eliana? Bom, era ele até o momento que eu fui conferir de perto. Mas o cabra era igualzinho e eu ainda fui falar com ele pra elogiar a semelhança física e a voz idêntica. Como nas músicas do finado, vivi ali uma desilusão. Pensei que finalmente tinha encontrado o Bat Masterson.

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