segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quase um Da Vinci

Vendedor, boleiro, confeiteiro, garçom, palhaço de circo, lavrador, mascate, faxineiro, servente e nas horas vagas “faz mandado prosoutros” . Essas são algumas das habilidades do José Ferreira (é só esse o nome dele, o reste ele disse que engoliram), o Zé Tampinha, que pegou esse apelido porque gostava de juntar tampinha de refrigerante em todo canto que ia.

De Fortaleza até Juazeiro do Norte a viagem durou umas sete horas, pois ele falou durante quase 420 minutos. Depois que ele desceu o Uóshton disse que num tem perigo de ter sono numa viagem com ele e eu concordo totalmente pois até quando eu começava a dar um cochilo o cabra puxava um assunto.

Naquele dia ele completava 40 anos e em nenhum deles teve uma comemoração. Resolvi pelo menos pagar um jantar bem reforçado e ainda procurei uma vela pra apagar, mas no restaurante lá em Jaguaribe num tinha nem pro caso de faltar energia. Só num sei como é que cabe tanta história em tão pouco tempo de vida. O cabra já tinha atendido até a Madonna e o Rod Stewart ( em sua homenagem botei pra tocar um CD do escocês ) quando trabalhou de garçom no Hotel Mofarreji, em São Paulo. Acho que se alguém perguntasse mais detalhes de suas aventuras, ele se sairia a la Chicó, do Suassuana, “sei não, só sei que foi assim”.

Num vou contar nenhuma proeza do cabra e nenhuma piada que ele contou, mas vou aguardar o bolo que ele prometeu deixar pra mim no meu trabalho quando voltar pra Fortaleza.

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